INTRODUÇÃO

A palavra Entomologia vem sendo empregada desde os tempos de Aristóteles (384-322 AC) para designar a ciência que estuda os insetos. A palavra é proveniente da união do radical grego entomos, significando ‘inseto' [en - ("em") + tomos ("cortar" - uma referência ao corpo segmentado do inseto)] e o sufixo logos, que significa ‘o estudo de'. A palavra ‘inseto' vem do latim Animal Insectum, designando aqueles animais que apresentam o corpo segmentado. Até a presente data foram descritas mais de um milhão de espécies de insetos. Estes são divididos em 29 ordens, das quais Coleoptera (besouros) é a maior, com 125 famílias e cerca de 500 000 espécies descritas. Na verdade, uma em cada quatro espécies animais no planeta é um besouro.

Muito embora insetos sejam de porte pequeno, estes podem ser encontrados em quantidades incríveis. Há pesquisadores que acreditam que 30% de toda a biomassa animal na bacia do Amazonas seja composta de formigas, e que 10% de toda a biomassa animal no mundo seja destes insetos, enquanto que outros 10% seriam de cupins. Isto quer dizer que assombrosos 20% de toda a biomassa animal no planeta correspondem a insetos sociais.

Sobre a terra, não há lugar onde não se encontrem insetos, mesmo nos extremos pólos (nos meses mais quentes). Pode-se encontrar insetos em locais surpreendentes como o Lago Mono (Califórnia, EUA), cuja salinidade é próxima à do Mar Morto (larva da mosca Ephydra hyans), em poças de petróleo (larva da mosca Psilopa petrolei), e mesmo em geiseres na Islândia (larvas e adultos da mosca Scatella thermarum), onde a temperatura atinge 48 graus Celsius.

Apesar do seu sucesso em terra, muitos poucos insetos (menos de 400 espécies) conseguiram colonizar ambientes marinhos. A maior parte destes insetos, compostos em sua maioria por moscas e besouros, é encontrada em poças formadas pelas marés, praias e mangues. Um reduzido número, como os percevejos subaquáticos do gênero Halobates, vive na superfície de mar aberto (espécies pelágicas).

Embora haja um grande número de espécies de insetos, estima-se que apenas menos de 1% destas interaja diretamente com o homem. Entretanto, ainda assim cerca de 33% de toda a produção em alimentos no mundo é consumida por insetos, a despeito do emprego de medidas de controle. Adicionalmente, muitas doenças são transmitidas por insetos; insetos vetores de doenças foram responsáveis por mais mortes do século XVII até o início do século XX que todas as outras causas combinadas, e a malária (transmitida por mosquitos) ainda hoje mata milhões de pessoas anualmente. Insetos são ainda uma das principais causas de mortalidade e redução na produtividade em animais, através do parasitismo, ou indiretamente pela transmissão de doenças.

O detrimento que alguns insetos causam à agricultura, à saúde humana e animal tornam-nos um dos organismos de maior interesse econômico no mundo.